A CRUZ NA ESTRADA

TuInvideo quia quiescunt.

Luthero (Worms)



que passas, descobre-te! Ali dorme
O forte que morreu.
A. Herculano (Trad.)
Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa-a em paz dormir na solidão.
Que vale o ramo do alecrim cheiroso
Que lhe atiras nos braços ao passar?
Vais espantar o bando buliçoso
Das borboletas, que lá vão pousar.
É de um escravo humilde sepultura,
Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz.
Deixa-o dormir no leito de verdura,
Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs.
Não precisa de ti. O gaturamo
Geme, por ele, à tarde, no sertão.
E a juriti, do taquaral no ramo,
Povoa, soluçando, a solidão.
Dentre os braços da cruz, a parasita,
Num abraço de flores, se prendeu.
Chora orvalhos a grama, que palpita;
Lhe acende o vaga-lume o facho seu.
Quando, à noite, o silêncio habita as matas,
A sepultura fala a sós com Deus.
Prende-se a voz na boca das cascatas,
E as asas de ouro aos astros lá nos céus.
Caminheiro! do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.

Comentários

Zé Carlos disse…
Eugênia, me referindo ao seu comentário no meu Blog.
Pare com isso, vc é ainda uma garotinha, jovem, linda e cheia de vida.... deixe para nós os "passadinhos" rsrsr reclamarem....

Um beijão, venha sempre que puder, obrigado.
Maria Emília disse…
Que belas palavras estas. Gostei do poema e de visitar o seu blog.
Um beijo,
Maria Emília
VASCODAGAMA disse…
O ZÉ CARLOS TEM RAZÃO....CORAGEM AMIGA....
SEI QUE PRECISAS DE BONS CONCELHOS....
ESTOU SEMPRE AO TEU DISPOR ....
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Obrigada pelo garotinha, eu vou parar de reclamar sim, tristeza nem faz parte de mim, devo estar passando um período transitório apenas. Um beijão ...

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