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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Laços

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Meu Deus! Como é engraçado!   Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas? Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... Devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço. Ah! Então, é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento? Como um pedaço de fita? Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços. E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço. Então o amor é isso... Não prende

Trilha de Vida

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Caminhos... de tantos em outros ainda não idos... ...vão surgindo pela chuva fina: são os de terra em montanha, esterco e eucalipto. Caminhos que abrem rios e as cachoeiras ... águas de Minas... É tanta a terra com ares de paraíso em que doura o sol e brincam novilhos.. É tanta terra calejando os pés da gente que vai inventando o sentido... Caminhos de Minas... de tantos e outros bem-vindos. (Célia de Lima)

A sete chaves

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O sol brilhava através da vidraça, já passavam das nove da manhã. Eu ali deitada, coberta com um pano branco. Meu coração estava gelado, as minhas mãos frias... Na verdade eu não queria estar ali, somente um rosto me confortava e trazia esperança que tudo daria certo. Queria que segurasse minha mão, enquanto os outros exploravam minha intimidade... pra mim aquilo tudo foi um sonho horrível, fiquei com o orgulho em pedaços. Pessoas estranhas me examinando o tempo todo e um vai e vem de instrumentos que eu nunca tinha visto antes. Em determinado tempo fechei meus olhos, já havia passado umas duas horas e eu não aguentava mais tanto sofrimento, apesar dos anestésicos eu me sentia mal. Fiz de conta que estava bem longe dali, e que as vozes que eu escutava não me importavam, somente uma delas me trazia a realidade... mas essa só podia abrandar meu sofrimento. Por mim eu não voltava nunca mais, me senti uma ovelha oferecida aos lobos. Sei que tudo foi pro meu bem, mas porquê teve que ser as
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PRECE À ALDEIA ( FRAGMENTOS)

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E quando ali retornarmos Verás que nunca nos fomos Pois o lugar onde estamos O lugar onde estaremos É sempre o lugar que somos. No Carmo das águas claras Passa tudo sem passar Passa o boi passa a boiada Passa o tempo mansamente E o passado anterior Passa a rua que se inclina No rumo daquela serra Vai pela estrada infinita Dobra a esquina secular Passa a menina do doce O doce despedaçar Passa a criança da escola A praça a sente passar Passa tudo, nada passa Passa o boi, passa a boiada Passa a vida que declina Verbos no infinitivo Conjugando a solidão Ao dobrado som do sino Para o meu triste destino Gaiola de bambu fino Passarinho na prisão Pois quando eu era menino Cacei muito passarinho Mas hoje não caço mais Perdido nos carrascais Escutava o seu chilreio Mirava, acertava em cheio Hoje não acerto mais Eu era tão pequenino Hoje sou ainda mais Com minhas esguias pernas Subia nas serranias Para as lágrimas chorar Lá no alto da Tormenta On
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...sinto uma ansiedade muito grande, vontade insana de aventuras contida nesse corpo limitado. Uma revolta que não sei de onde surge, dum passado distante talvez... Infância interrompida, alegrias frustadas, tudo era proibido... pecado. Queria poder voar... Bater minhas asas feito um condor e ver a planície distante. Longe de tudo, não precisar comer, dormir, só voar e mais nada.
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Vasculhei no fundo do meu ser razão pra tudo aquilo. Qual o real motivo de tamanha transformação? Estou mal, não de doença do corpo mas sim da alma. Um vazio muito grande toma conta de mim. Uma sensação de inutilidade profunda, estorvo permanente. Já não me apego a mais nada... Só vejo um vazio, não sinto mais a alegria das cores. Só lágrimas inundam meus olhos, eu não sei mais quem sou...tudo é grande absurdo. Sinto um frio estranho, algo de ruim está  acontecendo comigo, sinto isso. Meu coração me diz, não posso evitar tamanho sofrimento.

A Carne - Júlio Ribeiro

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A obra A carne de Júlio Ribeiro é um romance naturalista publicado em 1888 que aborda temas até então ignorados pela literatura da época, como divórcio, amor livre e um novo papel para a mulher na sociedade. O livro conta a história da garota Lenita, cuja mãe morrera em seu nascimento e o pai educara-a ministrando-lhe instrução acima do comum. Lenita era uma garota especial, inteligente e cheia de vida. No entanto, aos 22 anos, após a morte de seu pai, tornou-se uma jovem extremamente sensível e teve sua saúde abalada. Com o intuito de sentir-se melhor, Lenita decide ir viver no interior de São Paulo, na fazenda do coronel Barbosa, velho que havia criado seu pai. Lá, conhece Manuel Barbosa, o filho do coronel. Manuel era um homem já maduro e exímio conhecedor das coisas da vida, vivia trancado no quarto com seus livros e periodicamente partia para longas caçadas; vivera por dez anos na Europa, onde se casara com uma francesa de quem separara-se há muito tempo. Lenita firmara uma só

Olhai os Lírios do Campo - Érico Veríssimo

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Olhai os lírios do campo é um dos romances mais famosos de Érico Veríssimo. Um verdadeiro best-seller que resultou até em novela na Argentina. A narrativa da primeira parte é feita em flashback. Eugênio vai lembrando de momentos da sua vida enquanto se dirige ao hospital onde está Olívia. Eugênio era um menino tímido e medroso. Teve uma infância pobre, era ridicularizado na escola e tinha como objetivo máximo a ascensão social, faria de tudo para um dia vencer na vida. Achava que o que tinha era feio e sem graça, das roupas até o seu próprio corpo. Não se entrosava com os demais colegas de classe e por isso devotava todo o seu tempo aos estudos. Sonhava em deixar de ser simplesmente o Genoca para ser o Dr. Eugênio Fontes. Tinha pena do pai, o alfaiate Ângelo, com quem não conseguia se comunicar facilmente. O seu irmão, Ernesto, não esmerava-se na educação e acabou perdido na vida. Com muito esforço, Eugênio consegue cursar Medicina. Na Faculdade conhece Olívia - única mulher

Caminhos Contrários

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Difícil, conquistar um novo amor...ainda mais quando a pessoa escolhida se nega a ser amada. Não há mais nada à fazer... O amor não brota em todos corações da mesma maneira.

Lembrei de você!

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Renda-se, como eu me rendi.  Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.  Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento. Clarice Lispector O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. Fernando Pessoa
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Sinto sua falta a cada segundo, queria tanto que estivesse aqui comigo. Te deixo livre, amar não inclui sofrimento e angústia, confesso que sofro... Se eu pudesse te prenderia junto a mim. Mais prefiro te perder a vê-lo triste. Apesar da tristeza lhe fazer companhia... Percebo seu sofrer, desejaria ser a pura felicidade. Mas não posso tudo e bem sabes!   Meu grande amor da minha vida, não tenho vergonha de dizer...gritaria ao vento se ele me trouxe-se você, como eu gostaria que nossos destinos se cruzassem novamente. Bom dia meu amor... minha vida!

Oráculo de Cabala

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Sobre o amor O amor e a tosse são manifestações expansivas. Tentar conter a tosse resulta em movimentos físicos que nos delatam mais do que a própria tosse. O amor oculto promove gestos, olhares, intenções, hesitações e movimentos desajeitados. Acreditamos que revelar nosso sentimento nos coloca numa situação de desvantagem. No entanto, é importante perceber que o amor não se esconde. A tentativa de escondê-lo nos faz manipuladores, insinceros e um pouco tolos. Tal como quem se contorce para não tossir, esconder em demasia o amor nos enfeia.