Um aglomerado de pardos marcham de um lado à outro do pátio de concreto indiferente. O sol queima suas costas e fervem seus miolos já transtornados. Seguem sua marcha com olhares distantes e vagos, bocas de dentes amarelos e falhos, rostos pálidos e andares indecisos. No canto um pequeno espaço por onde entram seus familiares, tristes e desesperançosos de melhora por parte destes rapazes. Quanta humilhação até ali, nesse castelo moderno de puro concreto e ferragens se sepultarão as esperanças de um futuro digno de estudos, carreira, dignidade, saúde e integridade física. Mas isso não vem mais ao caso aqui, "os ferros, trincas e fechaduras enormes marcam e indicam bem seu propósito, encarcerar." Uma mãe, depois de quase um ano sem ver seu filho caminha a passos lentos. Parece que em seus pés todo o peso de um mundo inteiro a segura. Ela olha para céus e vê logo acima as guaritas com policiais fortemente armados e pensa, porquê de tanta segurança, quem está lá dentro é ...