Faleceu Duilio "Galli Grande Artista Plástico"
Ibitinga amanhece com uma das maiores perdas de personalidade artística da história da cidade. Faleceu no fim da noite desta quarta-feira (27) Duílio Galli, artista plástico e escritor que estava em seus 85 anos de idade. Duílio lutava contra um câncer no pulmão. A notícia foi confirmada por familiares.
"Um gênio na arte, viveu além de seu tempo. Deixou a sua marca, fez a diferença. Sua obra viverá para sempre. O pensamento e as ideias não morrem, transcendem o criador", disse Áurea Galli, filha do artista.
Recentemente, Duílio prestava serviços como repórter cultural para a TV Cidade e Portal Ternura, onde mostrava - em vídeo - curiosidades, história e atualidades da cidade onde ele passou a vida. Além da família, deixa um patrimônio de acervo em obras e publicações de valor inestimável para a cultura ibitinguense (confira algumas no rodapé da página).
O velório é feito na sede da Maçonaria Estrela de Ibitinga, na Rua José Custódio. O enterro está marcado para às 16:30 h.
História
Duilio Juliel Galli. Apesar do sobrenome italiano, é “Caipira da Gema”. Nasceu em 16 de setembro de 1930, em São Carlos, S. Paulo, mas passou toda a sua infância em Ibitinga. Foi aluno de Tarsila do Amaral, com quem conviveu e aprendeu e se enriqueceu culturalmente e a partir daí sim, envolvido pelos bons conselhos da mestra, entrou de cabeça no mundo das artes plásticas, abandonando a carreira de contabilista, para viver esta aventura que vai deste universo colorido das imagens de santos e grávidas ao branco e preto dos retirantes e profetas, que compõe o seu mundo interior.
Possui três livros editados onde conta suas andanças pelo mundo, e suas poesias premiadas em vários concursos.
Em 1977 participou da Bienal Internacional de São Paulo, selecionado entre artistas do mundo inteiro, fez mais de 200 exposições entre coletivas e individuais pelo mundo todo, sempre recebendo prêmios, de medalhas de ouro a menções honrosas.
Andou pelo mundo, com uma mochila nas costas, pouco dinheiro no bolso e seus quadros embaixo do braço, vendendo, expondo e enriquecendo seu repertório artístico através das artes dos grandes mestres. Fundou junto com outros artistas o encontro semanal da arte na Praça da República em São Paulo que até hoje acontece com grande sucesso.
Foi um dos precursores das idéias ecologistas, junto com outros artistas, fundam o “Arte e Pensamento Ecológico”, grupo que surge no auge da ditadura, como movimento pioneiro de conscientização do povo brasileiro.
Em 1974 recebe o reconhecimento da cidade de Ibitinga que o adotou como filho, titulando-o como “Cidadão Ibitinguense”.
Possui duas Vias Sacras entronizadas nas Igrejas Matriz de Ibitinga e Bom Jesus dos Milagres em Limeira.
Ativo, continua produzindo e expondo pelo interior de São Paulo e no exterior e paralelamente trabalha no site da rádio Ternura de Ibitinga, como vídeo repórter, produzindo imagens e vídeos culturais e ecológicos.
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